A paisagem nos dois lados da estrada era constituída basicamente de monoculturas que iam até onde os olhos podiam ver, se perdendo no horizonte. A vegetação nativa foi tomada pelas monoculturas sem cumprir o código florestal que prevê reservas legais em propriedades rurais.
O oeste do Paraná foi colonizado por uma leva de imigrantes, muitos descendentes de granjeiros gaúchos que plantavam soja nos anos 70. Lembro de uma visita que fiz a Cruz Alta onde vivia um grande plantador de soja que derrubava todas as matas nativas, mesmo nas bordas dos riachos com o objetivo de obter o maior lucro possível nas próximas safras. Esta prática de secar riachos acabou trazendo problemas sérios de abastecimento de água. Muitos plantadores industriais perderam suas lavouras devido a secas.
Voltando ao Paraná, tudo que se vê é uma paisagem sem manchas de florestas nativas significativas e as poucas existentes estão em lamentável estado de degradação, devido a retirada de lenha e ao próprio uso da área.
Centenas de pessoas miseráveis vendiam refrigerantes e balas na beira da estrada proximo a Cascavel. Uma destas pessoas desabafou que "O PARANA TEM TUDO, MAS NÃO TEM EMPREGOS".
Sabemos que mais de 70% da comida que chega as nossas mesas veio da agricultura familiar. Estas mesmas pessoas recebem uma fração muito pequena de incentivos comparativamente aos agroindustriais. Isto é um contracenso em termos do momento critico que estamos vivendo. Muito das mudanças climáticas tem sido associadas ao mau uso da terra, com suas queimadas e a destruição das massas florestais.
Serra do Rio do Pinheiro coberta pela luxuriante floresta que será destruida com o Projeto Anitápolis
O fosfato produzido na fosfateira de Anitápolis irá abastecer de fertilizantes as monoculturas do soja e outras trazendo lucros a poucos em detrimento de muitos que ingressam na miséria ano após ano vindo a aumentar os cordões da miséria em grandes centros.
O Projeto Anitápolis devia é alterar seu foco da fosfateira ao incentivo e capacitação da agricultura familiar – que é muito praticada na região de Anitápolis e Santa Rosa de Lima.
DIGA NÃO A FOSFATEIRA
SIM AO CORREDOR ECOLÓGICO
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