Wednesday, October 25, 2006

ESTARÍAMOS RUMANDO PARA O CAOS IRREVERSÍVEL?

Recentemente visitei o site de um sujeito que tem a capacidade de ver o futuro e, segundo documentos registrados ele previu uma serie de fatalidades registradas pela mídia. Entre estas previsões estavam os ataques as torres gêmeas do World Trade Center, o Tsunami na Ásia. Esta pessoa se chama Jucelino Nobrega da Luz. Aconselho a todos visitarem seu site que é muito interessante e alarmante.

Entre as muitas previsões, ele faz um alerta a todos nós para tomarmos uma atitude de mudança em nosso estilo de vida caso desejamos continuar por aqui em nosso planeta. Pensei, pensei muito sobre o que ele disse. Seria mais um Messias alardeando o fim do mundo? Segundo suas previsões isto poderá acontecer devido a exaustão dos recursos naturais pelo homem Natureza.

Alarmante? Assuntador? Bobagem? Bem, se cada um de nos embarcarmos em um vôo saindo de Porto Alegre com rumo ate o Pará, voando a uma altitude de uns 400 m ficaríamos estarrecidos com a paisagem degradada aos nossos pés. Sim veríamos as maravilhas dos paredões da Serra Geral com suas florestas verdejantes que descem até...apenas poucos quilômetros da base dos penhascos. A cobertura florestal na região de Criciúma, Sideropolis, Lauro Muller, Orleans está fragmentada e as cicatrizes das atividades da mineração do carvão mineral são visíveis em imagens de satélite como as que vemos aqui. Sabemos que o povo de Criciúma padece de racionamentos constantes de água potável. Sabemos que Criciúma é vitima de chuvas acidas provocadas pelas emanações gasosas do dióxido de enxofre derivado do rejeito do carvão.

Grande Criciuma - SC

Enquanto as condições atmosféricas na Grande Criciúma está se tornando caótica as pessoas passeiam inocentemente nos shoppings, assistem filmes nos cinemas, se divertem nas baladas das noites sul-catarinenses.

Continuando nosso vôo, passamos por cima da região do Rio do Pinheiro em Anitapolis. Ao longe podemos ver a maravilha da serra em forma de ferradura coberta de floresta ombrofila densa e um lindo vale, aparentemente abandonado. O Rio do Pinheiro é um dos formadores do Rio Braço do Norte que banha uma serie muito grande de municípios desde o norte de Anitapolis ate Orleans, onde se junta ao Rio Tubarão, formando a maior bacia hidrográfica sul-catarinense. Estes rios são de importância capital à economia baseada na agricultura familiar e a criação de porcos.

Pois exatamente no Rio do Pinheiro temos um projeto que busca o licenciamento ambiental para explorar uma jazida de fosfato. A mineração do fosfato em outros paises como os Estados Unidos é associada a desastres ambientais de grande monta. Na Florida, uma mina de fosfato causou uma contaminação muito seria ao aqüífero com metais pesados e em Idaho, contaminou as pastagens e áreas agrícolas com grandes concentrações de selênio. O mais curioso foi que as minas de fosfato americanas faliram apos um período e deixaram os custos dos danos ambientais para o contribuinte pagar. Mesmo os milhares de dólares investidos nestas minas não foram suficientes para cobrir os custos ambientais.

E governantes de Santa Catarina fazem lobby para o licenciamento deste empreendimento que, no mínimo compromete uma bacia hidrográfica que irriga todo um vale rico em histórias de pessoas que atravessaram o oceano para construírem suas vidas na região.

E ai pergunto: é bobagem isso tudo?

A viagem continua e sobrevoamos Florianópolis onde a beleza invade nossos olhos que, aos poucos começam a ver loteamentos de ricos e miseráveis em plena floresta Atlantica contra todas as leis e noções de bom senso. Violência nas ruas e racionamento de água na cidade..


Crescimento urbano em Florianopolis

Alarmante?

Continuamos nosso vôo com maior velocidade e cruzamos o oeste catarinense, onde as florestas foram substituídas pela agroindústria que consome todo o terreno disponível, deixando os rios desnudos. Mais problemas de racionamento e inexistência de água potável.

Chapecó - SC

O mesmo se repete no oeste paranaense. Ao passarmos pelo cerrado.
Sul de Goiás

Cerrado? Tudo o que vemos são grandes extensões de terra tomadas pelo soja que se repete em plena porta sul da Amazônia e por ai vai adentrando a hiléia e deixando o solo frágil onde, poucos dias atrás uma exuberante floresta tropical húmida estava em pé. Sob esta floresta exuberante famílias viviam da mata, não em uma exata harmonia, mas a floresta estava lá.
Sul do Pará

Agora, áreas abertas cobertas de soja que é manejada por algumas poucas famílias, uma bem pequena porcentagem do numero de habitantes que lá vivia. Onde foram os demais?

Os demais vieram a fazer parte de mais um exercito de retirantes que, sem perspectivas e escorraçados de suas terras se dirigem a um horizonte desconhecido, onde a miséria os aguarda.

Bobagens?

Gente isso tudo esta narrado em noticias em nossa mídia diária.

O Jucelino viu um futuro que está ai diante dos nossos olhos.

Rumamos para um caos completo, com direito a todas os efeitos do aquecimento global, das mudanças climáticas drásticas e de uma continua e persistente falta de água potável.

Será que temos alguma chance? Será que, como indivíduos poderemos fazer algo para alterar estas perspectivas?

Como disse o Jucelino, o prazo está se esgotando.

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