Thursday, January 11, 2007

ROMPIMENTO DA BARRAGEM EM MINERADORA EM MG – SERIA UM AVISO PARA NÃO QUEREMOS A FOSFATEIRA DE ANITÁPOLIS?

Os noticiários do país narram a catástrofe ambiental em Muriaé, onde o rompimento em uma barragem de rejeito na Mineradora Rio Pombas Cataguases causou a destruição de centenas de lares na cidade e região. A mineradora informa que não existem propdutos tóxicos no barro proveniente da barragem. A mineradora Rio Pombas explora uma jazida de bauxita e este acidente ambiental não é o primeiro.

O Projeto Anitápolis que visa a exploração da jazida de fosfato no Rio Pinheiro em Anitápolis encaminhou um EIA-RIMA aos órgãos ambientais estaduais e federais. O interessante é que neste projeto está previsto não uma, mas duas barragens com o rejeito da prospecção do fosfato na garganta do Rio Pinheiro.

O EIA-RIMA da Companhia Fosfateira Catarinense, do Grupo Bunge, não detalha a composição química deste rejeito, mas em outros paises temos algumas informações sobre isso. Duas jazidas de fosfato foram exploradas e possivelmente ainda esteja em funcionamento nos Estados Unidos da América. Uma delas no estado de Idaho onde o rejeito da mineração é repleto de selênio, elemento altamente tóxico quando em grandes quantidades. Inúmeros casos de problemas ambientais derivados da contaminação pelo selênio foram reportados em Idaho. A segunda delas está localizada na Florida onde o rejeito é repleto por gesso radioativo e já causou contaminação do lençol freático, deixando a população sem abastecimento de água potável.

Imaginando a jazida de fosfato em Anitápolis sendo explorada e gerando a montanha de rejeito de 80 metros acima do nível do solo e considerando as não raras enxurradas que ocorrem na região não seria um exercício de ficção antever o perigo potencial de um desastre ambiental similar ao ocorrido em Muriaé esta semana e no passado também.

A diferença é que o rejeito da mineração do fosfato contém elementos radioativos e outros poluentes que atingindo a Bacia do Rio Braço do Norte podem causar um desastre ambiental sem precedentes atingindo milhares de famílias.

Algumas perguntas que deixo no ar são:

O Governador de Santa Catarina e os executivos do seu projeto Anitápolis pensaram na real possibilidade – ilustrada pelos noticiários em MG – de um desastre ambiental de grande monta?

O governador tem previsto em seu orçamento recursos para cobrir danos ambientais derivados de acidentes com a fosfateira de Anitápolis?

O Grupo Bunge tem previsto um seguro contra desastres ambientais como o que possivelmente pode ocorrer em Anitápolis?

Santa Catarina e o sul do Brasil aproveitaria muito mais os recursos investidos no Projeto Anitápolis em outros setores de muito mais emergência e pertinência aos dias de hoje em que estamos presenciando o aquecimento global, desastres ambientais provocados pela ganância, pelo impulso eleitoreiro e pelo imediatismo.

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