Sunday, March 22, 2009

PROJETO ANITÁPOLIS E A DESTRUIÇÃO DO RIO DOS PINHEIRO

Aconteceu nesses dias lá na Turquia o Forum Internacional da Água. Desde 1997, a cada três anos o Conselho Mundial da Água (World Water Council - WWC) promove o Fórum Mundial da Água para formulação de propostas concretas e chamar a atenção do planeta para a água, além de gerar o comprometimento político com o tema. A primeira edição ocorreu em Marrakesh, Marrocos. Em 2000, o evento foi sediado na cidade holandesa de Haia. Kyoto, Japão, foi palco do III Fórum Mundial da Água, com um recorde de 24 mil participantes. Já a edição de 2006 ocorreu na Cidade do México.Milhões de crianças morrem diariamente devido a problemas relacionados à água. O Brasil é um pais previlegiado em relação à água. Talvez por isso não se dê a devida atenção aos cuidados necessários para a conservação desse recurso.

Um exemplo disso é o Projeto Anitápolis que pretende explorar uma jazida de fosfato nas cabeceiras do Rio dos Pinheiros em Anitápolis, em plena cabeceira do Rio Braço do Norte que abastece mais de 200 mil pessoas. O interessante é que a legislação tem intepretação dupla por parte do órgao gestor do meio ambiente de Santa Catarina - a FATMA. Caso um morador comum venha a ameaçar as cabeceiras de um arroio com sua agricultura, ele corre riscos reais de vir a ser multado pelos fiscais da Fatma. Já o mesmo órgão acha que o Projeto Anitápolis pode destruir toda uma cabeceira de um afluente formador das nascentes do Rio Braço do Norte. As pressões para o licenciamento desse empreendimento é muito grande por inúmeras partes. Todos que desejam o licenciamento do projeto Anitapolis são coniventes com essa infração, esse desrespeito e essa violação a legislação ambiental que proibe qualquer obra que afete as cabeceiras de um rio.
Isso certamente não aconteceria em um pais com uma melhor disponibilização das informações referentes a um projeto como esse em Anitápolis.Tudo o que vem sendo passado à população em Anitápolis é que o projeto só trará beneficios.
Um dos donos desse projeto é a industria alimenticia Bunge que ja teve suspensa suas atividades no Piaui onde foi condenada pelo uso de lenha do cerrado e associada ao desmatamento de grandes áreas daquele bioma. A participação ativa da Bunge associada a Yara no Projeto Anitápolis chega até a ser uma afronta aos anuncios na imprensa brasileira associando a Bunge á sustentabilidade.A destruição do Rio dos Pinheiros e o comprometimento das nascentes do Rio Braço do Norte é um desrespeito aos moradores da região e um ultraje à humanidade.

1 comment:

Anonymous said...

Prof. Albuquerque

No seu texto o senhor diz:

O que interessa para os empreendedores é tocar o projeto para frente, e um dia aparece, pronto, encaminhado, calçado, como mais um fato consumado para a população, a qual, como é de costume, não participa da festa, somente paga a conta.

* Cerca de 10 mil hectares de floresta Atlântica ombrofila densa destruídos pela mineração.
* Poluição atmosférica estaria atingindo não apenas Anitapolis, mas os municípios vizinhos também.
* Poluição da bacia do Rio Braço do Norte com a extração e o processamento do fosfato.
* Problemas sérios para o bem estar da população.

Só fiquei com uma dúvida, serão 10 mil hectares destruidos pelo Projeto Anitápolis? Essa área é nas margens do rio dos Pinheiros?

Obrigado

Alberto