Wednesday, July 18, 2007

Fausto volta à Anitápolis – Cataguases e a Mineração Rio Pomba


Em outubro de 2006, utilizei a lenda de Fausto – revisitada pelo Otavio Frias Filho, para uma aproximação do que estamos vendo no Projeto Anitápolis e sua busca pelo licenciamento ambiental para a exploração da jazida de fosfato no Rio Pinheiro. Dizia: ....Anitapolis está ouvindo uma voz bem parecida com a que Fausto ouviu. Anitapolis está ouvindo a voz do diabo que pede para instalar em seu município a fosfateira e que com ela virão subsídios e muito dinheiro para todos. Mas ninguém explica que para que isso acontece, terá um preço. Com a fosfateira virá a poluição do ar, das águas, do solo e, com isso as doenças associadas. Entre elas, as respiratórias só para começar...

Dias atrás podemos ler no O ECO a noticia sobre a Mineração Rio Pomba Cataguases – aquela, cuja barragem em Mirai (MG) rompeu duas vezes, liberando rejeitos industriais que poluíram rios em dois estados – obteve licença para instalar uma nova empresa na emsma cidade. Noticia muito alvissareira, considerando os sinistro passados e, principalmente o fato que até hoje nunca tivemos noticiados os reais constituintes daquele rejeito, que foi classificado como não tóxico pelos jornais televisivos.

Muitos empresários e o próprio governo estadual e federal tem reclamado de dificuldades no processo do licenciamento ambiental de empreendimentos. Estas pessoas tem um verdadeiro pavor dos ambientalistas e utilizam o velho discurso dos anos 80, calcados nas palavras do então Presidente José Sarney que dizia que “ se os outros poluem, por que não podemos poluir – temos de crescer”. A China é um belo exemplo dos resultados dos que praticam a cartilha do crescimento econômico a qualquer preço. A China vive problemas ambientais muito sérios e até os exporta, como noticiado recentemente que a poluição atmosférica chinesa esta atingindo a costa da Califórnia com a movimentação das correntes de ar. A poluição local pode se transformar em uma poluição global.

Nossos empresários querem esse crescimento, querem o licenciamento ambiental para barragens na Amazônia e em rios pelo Brasil a fora. Nosso presidente quer alterar o padrão das águas no Rio São Francisco. O atual governo desmembrou o IBAMA – já ineficiente, em dois setores. Um destinado à analise dos processos de licenciamento ambiental e outro a biodiversidade. Ambos, claramente de cunho populista seguindo a cartilha chinesa do crescimento a qualquer preço.

A Mineração Rio Pombas de Cataguases é um precedente a mais deste pensamento. Segurança? Risco à saúde publica? Cuidado com as pessoas que vivem no local? Nada disso. O importante é a produção da bauxita. Uma observação paradoxal: os mesmos empresários e representantes do governo sempre alardeiam que os ambientalistas só se preocupam com a flora e fauna a serem conservadas. A pessoas, os empregos é que são importantes para estes. Em Cataguases, o que vemos é o contrario e, possivelmente a verdade por trás da catilinagem contra os ambientalistas: o que importa para estes grupos é o crescimento imediato sem medir as conseqüências. O licenciamento de mais uma barragem pela Mineração Rio Pombas ilustra isso. As pessoas nas redondezas da mineração são apenas um detalhe a mais. Seria heuristico saber se os donos desta mineração permitiriam que seus filhos e eles próprios brincassem no lodo produzido durante o ultimo acidente quando o Jornal Nacional disse que o lodo não era tóxico.

O Projeto Anitápolis esta na mesma rota da insensatez buscando o licenciamento para a exploração da jazida de fosfato em Anitápolis. A diferença estaria na composição do rejeito na fosfateira que poderá apresentar metais pesados, selênio e urânio. Um rompimento em uma das barragens planejadas pelo Projeto Anitápolis poluiria o Rio Braço do Norte.

Retornando a lenda de Fausto de Goethe adaptada para as crianças pelo Otavio Frias Filho: A fosfateira não é como o sarampo que só se pega uma vez.. A fosfateira danificará Anitapolis para sempre, pois em nenhum lugar no mundo que teve uma fosfateira, foi possível recuperar a área ocupada. Os danos produzidos ficaram para sempre e a paisagem destruída como lembrança a todos nós.

Resumindo, Anitapolis estará vendendo sua alma ao diabo permitindo o licenciamento da fosfateira no Rio dos Pinheiros..

1 comment:

Willian Menq said...

Nossa, Realmente essa fosfateira de Anitápolis vai destruir tudo, Meio ambiente, Saúde, População, o prejuizo local será imenso, espero que a população da região tenha consciência disso!! Até quando o Meio ambiente será deixado de lado por essas empresas!! já li casos tristes de destruição de Florestas Onde Habitavam espécies Raras como Spizaetus ornatus, para Construção de Hidrelétricas!!!Mas Torço muito para que Anitápolis e a natureza dali tenha um Destino Diferente!!

Abração
Willian MenQ
Maringá - PR