Monday, February 09, 2009

Projeto Anitapolis – AUDIÊNCIA PÚBLICA DO DIA 5 DE FEVEREIRO DE 2009

Curiosamente os meios de informação em SC não divulgaram nada sobre a audiência publica realizada na noite do dia 5 de fevereiro último. Estive lá como membro da Associação Montanha Viva e ambientalista de alma. Confesso que essa audiência pareceu mais empolgante que a primeira realizada sem a participação do Ministério Público Federal em 2007. Por que empolgante? Começaria pela atitude dos representantes da Bunge e da Yara, proprietários do Projeto Anitápolis. Dessa vez eles se demonstraram mais comedidos e mais humildes que durante a primeira. Essas pessoas estavam acompanhados de uma confiança invejável em 2007, mas durante essa última audiência estavam muito contidos. O representante da Bunge iniciou a apresentação. Seu discurso foi muito voltado a questão da demanda do fósforo no panorama internacional e na necessidade do Brasil procurar depender menos da importação desse recurso. Em seguida falou o representante da companhia consultora que realizou o Eia Rima. Essa pessoa apresentou os dados do EIA RIMA com uma confiança misturada com um pouco de desafio aos que tentassem duvidar de seus técnicos. Diga-se de passagem que ele procurou intimidar a platéia com os muitos anos de experiência dos profissionais contratados para apoiar seu relatório. Creio que somados esses anos de experiência chegaríamos a mais de 500 anos. Enfim, um corpo técnico que impunha respeito. Comandando a audiência estava o Superintendente da FATMA que mais parecia membro das empresas empreendedoras que de um órgão que deveria buscar a qualidade ambiental no estado de Santa Catarina. Falou ainda o representante da Yara com um tom igualmente contido de seu colega da Bunge.
Quem roubou a cena foi o povo de Anitápolis que veio preparado para a audiência e encaminhou perguntas legítimas aos representantes do empreendimento. Dessa vez tanto os representantes diretos do projeto, como os técnicos contratados para dar suporte ao mesmo não demonstraram a mesma empáfia da primeira audiência. Toda aquela soberba foi perdida, ou talvez soterrada pelos últimas catástrofes ambientais acontecidas em SC que comoveram o mundo. Dessa vez a altivez do engenheiro de barragens foi substituída por algo não muito claro, mas creio que ele próprio não estava seguro de que as barragens propostas pelo Projeto Anitápolis não suportem uma chuva similar a que caiu em novembro de 2008, ou durante a enchente de Tubarão nos anos 70. São muitas as testemunhas da enchente de Tubarão que narram o terror que cobriu Anitápolis naquela época. As chuvas foram muito fortes e intensas nas cabeceiras do Rio Braço do Norte. Tão fortes que teriam levado com certeza barragens similares ao que p Projeto Anitápolis pretende insanamente construir no Rio Pinheiro.
O povo de Anitápolis foi brilhante em suas colocações. Esse povo está de parabéns pela sua cidadania e vontade de crescer através de alternativas mais compatíveis com sua realidade.
O final de ouro a audiência foi dado pela Procuradora do Ministério Publico Federal Dra. Analucia Hartmann, quando ela disse q se fosse decidir sobre a viabilidade ambiental desse projeto, ela diria que NÃO diante das recentes catástrofes que assolaram o estado de Santa Catarina.
Então, creio que o horizonte está otimista a projetos realmente sustentáveis e a conservação.
PARABENS AO POVO DE ANITÁPOLIS

1 comment:

Anonymous said...

Gostei do final do texto. Parabéns ao povo de Anitápolis.

Acho que você não foi na mesma audiência que eu fui.

O Povo de Anitápolis saiu revoltado da Audiência.

E se você tivesse na cidade no outro dia veria claramente isso que estou falando.

Não adianta pessoas de fora quererem impor a vontade de toda uma cidade.

Se você é tão contra o projeto, porque não vem morar em Anitápolis para ver as oportunidades que temos aqui.

Sou de Anitápolis e a favor do Projeto