As chuvas pararam em SC, mas o trabalho de reconstrução segue nas áreas atingidas pela enchente. Ontem o Fantástico mostrou umas cenas parecidas com esse ensaio que iniciei na semana passada. Eles mostraram situações de risco em Cubatão (SP), Teresópolis (RJ) e outras cidades onde as pessoas e empreendimentos cometeram imprudências que com uma chuvarada mais prolongada como a de novembro em SC se transformam em calamidade, causando inumeras mortes que não precisavam acontecer. Abaixo mostro algumas situações no Alto Rio Braço do Norte em SC em comparação com as do Morro do Baú. Um empreendimento de grande vulto está buscando licenciamento para iniciar a operar a jazida de fosfato nas encostas da Serra do Pinheiro. As imagens e fotos ilustram uma situação muito parecida com as que assistimos aterrorizados nos noticiarios da TV nesse novembro chuvoso de SC.
IMAGENS DA REGIÃO DO MORRO DO BAÚ CENTRAL ANTES DAS CHUVAS mostrando o uso idadequado das encostas. Muitos deslizamentos ocorreram nessa área.
A região do Morro do Baú e Ilhota foi a que registrou o maior número de mortes e conta com um número alto de desaparecidos. São 21 desaparecidos nessa região. Olhando as imagens acima, podemos ver que as pessoas vem brincando com a sorte a muitos anos. Pouco a pouco eles vem desmatando topos de morro e encostas mais ingremes.
FOTO DAS ENCOSTAS DA SERRA DO PINHEIRO ILUSTRANDO A EXUBERANTE COBERTURA DE MATA ATLÂNTICA E O RELEVO ACIDENTADO
VISTA DO PROJETO ANITÁPOLIS PROJETADA mostrando a área que terá a cobertura florestal excluida.
VISTA DO PROJETO ANITÁPOLIS PROJETADA mostrando a área que terá a cobertura florestal excluida.
As imagens e foto acima ilustram o local pretendido pela Bunge para extrair fosfato. É bom prestar bem a atenção nas encostas íngremes e na cobertura florestal que protege as encostas da erosão. A idéia deles seria retirar a cobertura florestal no alto das encostas para a extração do fosfato. No processo, ele deixarão o solo exposto ao tempo e às intempéries. Nas condições atuais, isso seria mais uma bomba relógio em nossas mãos. Caso o empreendimento seja aprovado, teremos acionado a bomba relógio. Pode ser que por um período muito fertilizante seja produzido e dinheiro seja acumulado pelas partes interessadas, mas a bomba relógio estará em franco andamento.
IMAGEM DA FLORESTA OMBRÓFILA DENSA NO VALE DO RIO DO PINHEIRO QUE ESTÁ PROJETADA PARA SER INUNDADA PELOS LAGOS E BARRAGENS DO PROJETO ANITÁPOLISFOTO DA MATA NO VALE DO RIO DO PINHEIRO MOSTRANDO SUA EXUBERÂNCIA: essa floresta corre o risco de ser inundada e soterrada pelo lago e barragens
As imagens acima ilustram uma grange área coberta por uma floresta Atlântica ombrófila densa, rica em biodiversidade, abrigando especies ameaçadas como a Canela Preta e outras. Essa floresta atua também como uma excelente exponja absorvendo as chuvas e retendo grande parte das enchurradas. O Projeto Anitápolis pretente soterrar essa floresta maravilhosa com duas barragens de rejeito e ainda inundar o restante com dois lagos de água contaminada pela mineração. O presente quadro de recuperação lenta dos prejuizos no Vale do Itajaí e a interdição de parte da região devido ao grande risco de vida, aponta para a região de Anitápolis um grande e vistoso sinal de ALERTA.
SITUAÇÃO NAS NASCENTES DO RIO BRAÇO DO NORTE ONDE VEMOS DESMATAMENTOS NOS TOPOS DE MORRO COMO OS OBSERVADOS EM BLUMENAU, GASPAR E MORRO DO BAÚ
CONDOMÍNIOS NAS NASCENTES DO BRAÇO DO NORTE PROVOVAM DESMATAMENTOS EM TOPOS DE MORRO AUMENTANDO O RISCO DE DESLIZAMENTOS
As cabeceiras do Rio Braço do Norte já vem sendo comprometidas por empreendimentos que causam desmatamento em topos de morro, facilitando futuros deslizamentos. As chuvas no dia 24 de novembro de 2008 causaram deslizamentos e destrução em Anitapolis conforme a foto da estrada acima. As cabeceiras do Braço do Norte já atuam como outra bomba relógio em seu sutil e monótono tic tac. Cabe a população de inteirar buscar corrigir os problemas que causam esses riscos atuais e impedir que outros entrem em cena tornando a situação incontrolável.
Por isso devemos ser contra o Projeto Anitápolis, contra a operação da jazida de fosfato e a favor de formas alternativas da produção de fosfato para nossa agricultura.
Alguns podem achar que estou sendo radical com esses textos, porém também seria taxado de radical se tivesse me pronunciado contra a ocupação das encostas no Morro do Baú e demais regiões no Vale do Itajaí antes da última calamidade. Hoje dizer que sou contra o Projeto Anitápolis é uma posição radical, amanhã após outra chuvarada de grandes proporções como essas de novembro último esses textos seriam vistos como um aviso de utilidade pública. Além de estar tentando chamar a atenção das pessoas para que se atentem aos riscos de um empreendimento muito mal explicado.
Por isso devemos ser contra o Projeto Anitápolis, contra a operação da jazida de fosfato e a favor de formas alternativas da produção de fosfato para nossa agricultura.
1 comment:
O Lance é o seguinte, a instalação de mais uma empresa gera emprego e impostos, então, tudo isso é desculpa para as pessoas irem contra a preservação destes remanescentes de mata atlântica, todos pensam no imediato, nem lembram as consequencias do q pode acontecer a médio e longo prazo... os deslizamentos q ocorreram em SC foram nas áreas devastadas p plantaçao de pinus eucalipto e banana, nas áreas preservadas nada aconteceu... resta a nós usarmos a calamidade q ocorreu para mostras os riscos de uma obra dessa para o estado... e perguntar:"Vcs querem bis????
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