Sunday, July 13, 2008

Afinal, os usuários do termo sustentabilidade sabem o seu significado?

Anos atrás a palavra da moda era Biodiversidade. A palavra foi utilizada tento que até perdeu sua força. Agora é a vez da SUSTENTABILIDADE. Com toda a certeza, se algum dos nossos politicos forem perguntados sobre o significado da palavra, eles encherão os pulmões e proferirão alguma frase longa que em nada chegará ao significado da mesma.

Os políticos dos governos, desde a menor até a maior escala, sempre estarão querendo apresentar resultados de seus mandatos. Aquui em Florianopolis estamos as vesperas das eleições municipais. O nosso prefeito em sua campanha eleitoral para atingir ao cargo prometeu asfaltar as avenidas da cidade. Estamos a uns poucos meses do pleito. Justo agora o nosso prefeito começou a asfaltar avenidas da cidade. Sim ele já tinha começado antes, mas retornou agora com todo o impeto. Igualmente cobriu o ribeirao que corre fetido ao longo da Avenida Hercilio Luz. Uma passarela esta sendo construida sobre o ribeirão. A pergunta que se faz é o por que nosso prefeito não utilizou esse capital para estações de tratamento da água. Por que nao tratar a agua desse ribeirão? Seria algo para contribuir para que nossos filhos e netos pudessem contemplar, assim como para a sustentabilidade de nossas baias cada vezmais poluidas com os dejetos urnanos.

Nosso ilustre governador continua entusiasmado com seu Projeto Anitapolis. Entusiasmando os prefeitos da região com os royaltes que a mineração trará aos cofres municipais e estadual. Entusiasmado com os 1000 e alguma cooisa de empregos gerados pelo projeto. Entusiasmado com o que sua administração lucrará politicamente frente aos invetidores da agroindustria. Com certeza isso não tem nada de sustentável,uma vez que beneficia uma politica de agricultura insustentável que está pilhando o planeta. Uma política que visa lucros a curto prazo, especulação nas bolsas dos cereais. Uma política que beneficia poucos em detrimento de muitos. Uma política que gera exodo rural, miséria, criminalidade, desmatamentos, perda de biodiversidade. Enfim, uma politica da insustentabilidade.

O Projeto Anitapolis da forma como é concebido, beneficia poucos em detrimento de muitos. gera poucos empregos e acaba com muitos outros, contribuirá para mais exodo rural, desvalorização imobiliaria e, ainda irá impor um grande risco de tragédia ao Vale do Rio Braço do Norte. Isso tudo sem falar que contribuirá ao desmatamento na Amazonia e a destruição do que resta de cerrado e da Mata Atlantica nos planalto sulino.

Um projeto com duração pre-estabelecida de 33 anos, de acordo com a durabilidade da exploração da jazida de fosfato do Rio Pinheiro não tem nada absolutamente de sustentável.

1 comment:

Cesáurio said...

A propósito do córrego da av. Hercílio Luz: eia aqui um texto de minha autoria que o DC não quis publicar:
"Muita gente acha maravilhoso o fato de a Prefeitura Municipal de Florianópolis estar cobrindo o rio da Avenida Hercílio Luz. Mas o fato é triste. Esta é a realidade. Estão varrendo a sujeira para baixo do tapete, melhor dizendo: estão escondendo o esgoto embaixo das coberturas de concreto.

Mas, o que deveria ser feito? Abrir a cabeça e revolucionar, quebrando paradigmas. Falta gente que ouse, como ousou o prefeito Jaime Lerner em Curitiba, há cerca de 30 anos, ao transformar uma rua congestionada pelos veículos em um calçadão aprazível, a "rua das Flores", exemplo copiado posteriormente por muitas cidades, entre as quais a própria Florianópolis...
Primeiro, deveria-se tratar o esgoto em lugar de joga-lo in-natura no rio. Assim, este seria despoluído. Imaginem o rio de águas limpas, como era originalmente!
Segundo, reconstituir a mata ciliar, atendendo ao código florestal. Como não seria possível recriar os talvez 30 metros especificados por lei, reflorestar apenas seis metros já daria uma outra visão às margens. Para isto, a terceira medida: a avenida Hercílio Luz deveria atender somente ao tráfego local, dando acesso às garagens dos edifícios com pistas de uma faixa só. Ciclovias e passeios para os pedestres fariam parte deste novo sistema viário. Isto privilegiaria os pedestres e os ciclistas e desestimularia o uso do automóvel. Imaginem mesinhas ao redor das quais os moradores dos edifícios pudessem sentar vendo suas crianças brincar
Com isto haveria uma mudança radical na paisagem, desde o aterro até a avenida Mauro Ramos. Teríamos mais uma área verde extensa, mais qualidade de vida, mais SAÚDE, pois menos esgoto seria despejado na baía sul, haveria menos nichos para ratos e baratas habitarem...
Porque não repensar este modelo de desenvolvimento mentiroso, que "esconde o lixo embaixo do tapete", que esconde as mazelas embaixo de lages de concreto, solução barata e medíocre?
Porque o IPUF não cria um projeto, mostrando em desenhos e/ou maquetes, o que poderia vir a ser a área em torno do rio, com águas límpidas correndo, com árvores nativas, bancos de jardim, crianças brincando, pássaros e peixes?
E há outros rios em Florianópolis que poderiam, JÁ, passar por intervenções positivas. Há um, paralelo à avenida Patrício Caldeira de Andrade, em Capoeiras, ao lado da empresa Reunidas, que poderia ter suas margens arborizadas e que merece também ser despoluído. Sem falar nos rios Araújo e Büchller, que fazem a divisa de Floripa com São José...
Sonho? Utopia? Pois enquanto houver sonhadores e utopistas (como eu me categorizo), teremos esperança. Já quando estes desaparecerem, convivam então com os subterrâneos de esgotos, habitat de ratos e baratas, rios e mares poluídos e bueiros exalando odores fétidos da falta de visão e de coragem de nossos administradores. Administradores que não ousaram... Que não tiveram visão. Que não tiveram coragem de quebrar paradigmas e assim revolucionar o conceito de desenvolvimento urbano...