Monday, May 05, 2008

PROJETO ANITAPOLIS/BUNGE/YARA - REFERÊNCIAS DE UM PASSADO RECENTE

Os proponentes do Projeto Anitapolis e seus investidores BUNGE/YARA vem sempre argumentando que a exploração da jazida de fosfato em Anitapoplis trará muitos investimentos, empregos e uma melhora geral na vida dos moradores do municipio. Os proponentes do Projeto Anitapolis seguem a risca o maneirismo de uma campanha eleitoral. Promete-se sempre antes. Depois, quem sabe? O importante e vencer a eleição.

O que é importante para que a comunidade saiba é o quanto realmente esses projetos mirabolantes trouxeram de beneficios à outras regiões onde exploram o fosfato? A situação que estamos vivendo é a do entusiasmo inicial. Uma cidade como Anitapolis que foi esquecida por decadas pelo governo deo estado, que foi mal administrada ao longo desses anos tem que ficar entusiasmada. Afinalas cifras repetidamente alardeadas pelos executivos do Projeto Anitapolis e representantes do governo de Santa Catarina são mesmo contagiantes. Dizem que muitos milhões de dolares seriam investidos em Anitapolis. Para os moradores que viveram as dificuldades econômicas por tanto tempo, parece mesmo um conto de fadas.

Isso aconteceu de fato em outros locais do Brasil, onde a Bunge investiu?


Estes indices sugerem que a exploração da jazida de fosfato em Cajati pelo Grupo BUNGE nao trouxe beneficios ao municipio. A julgar pelos indicadores de escolaridade, longevidade e a baixa do rendimento nos empregos formais, a exploração do fosfato em Cajati não se traduziu em bonaza aos habitantes daquela cidade. Se alguem teve lucro, os indices apresentados sugerem que não foram os moradores de Cajati.

Em outras regiões do Brasil, a presença da BUNGE não foi diferente. Suas atividades no Piaui parecem não poder ser caracterizadas como positivas como o foram nos planos apresentados aos cidadãos daquele estado.

Consta que no Piaui a coisa não aconteceu exatamente desta forma. A Bunge foi para o Piauí em 2002 com uma imposição de 15 anos de isenção fiscal. O governo fez a concessão através do decreto 10867. Isenção para: óleo bruto, gorduras, farelo, rações e outros; mais ainda: importação de máquinas, aparelhos, instrumentos, equipamentos industriais e suas partes, matérias primas secundárias e de embalagens e outros insumos e para o serviço de transporte. A Bunge também não paga nenhum imposto municipal. O fundamento para a concessão dessas isenções seria a geração de emprego e renda, o que não aconteceu.


Parece muito estranho para uma empresa que se apresenta como praticante do desenvolvimento sustentável ser encontrada em uma noticia que narra a proibição do uso de lenha proveniente do cerrado como matriz energetica em suas empresas no Piaui e região. Mas isso aconteceu e pode ser lido abaixo.


Seria muito salutar que os catarinenses tomassem conhecimento dessas informações para ser tomada uma melhor consciencia sobre o que realmente o Projeto Anitapolis pode representar aos moradores, a economia local e a natureza. Afinal, quem realmente se beneficiaria com a exploração do fosfato de Anitapolis? O povo ? A região?



No comments: