Tuesday, April 01, 2008

Fosfateira em Anitapolis – perguntas não respondidas sobre riscos de exposicao à radioatividade:

Os executivos do governo do estado de Santa Catarina já consideram o licenciamento ambiental do Projeto Anitapolis uma questão do passado. Ledo engano. Antes disso, a população necessita ser informada não apenas dos 2000 mil empregos a serem gerados pelo projeto e o rápido desenvolvimento de Anitapolis – abandonada a sorte pelo próprio governo do estado. A população necessita saber muita coisa referente aos riscos relativos ao trabalho diretamente associado a mineração. Sabemos que o minério de fosfato está associado a material radioativo na lavra. Sabemos que quanto maior a concentração de fosfato no minério, maior a concentração de elementos radioativos como Urânio e Tório. Em nenhum momento os consultores contratados par a elaboração do EIA RIMA mencionam essa questão. Questionados sobre a presença de urânio durante a pretensa audiência publica realizada em setembro de 2007, os técnicos afirmaram que a presença de urânio na jazida de Anitapolis seria pequena e insignificante. Comentaram ainda que o urânio seria mais encontradiço em fosfateiras de origem sedimentar, como na Florida, nos EUA. Ocorre que, realmente, o urânio esta mais associado ao fosfato de origem sedimentar. Fosfato de origem ígnea, como o de Anitapolis apresenta Tório. Os mesmos consultores da Bunge/Yara também não mencionaram isso em seu relatório.

A detecção e determinação de sua presença e de sua quantidade de material radioativo e de extrema importância ao conhecimento da população, uma vez que pode existir risco de contaminação por radioatividade. A exposição a radioatividade por radiação natural ocorreu em uma mineração de fosfato na Tanzânia recentemente. A cidade de Minjingu, situada cerca de 30 km da mina de fosfato sofreu contaminação por doses 28 vezes a dose globalmente aceita como normal.

Estudo recente investigou os efeitos da radioatividade derivada do urânio e tório em ferilizantes e concluíram que o produto final disponível ao consumo não apresenta doses significantes. No entanto, esse mesmo estudo alerta que para os trabalhadores que estão em direto contato com a extração do minério estariam expostos a radiação que poderia chegar ao dobro da natural.

Estes fatos e descobertas deveria ser discutidos com a população. O Governador de Santa Catarina deveria expor em seu discurso entusiasmado sobre os milhões de dólares que o Projeto Anitapolis poderá trazer ao estado que os trabalhadores que forem contratados poderão estar expostos a radiação e ter aumentadas as chances da contração de doenças como o câncer.

O EIA RIMA da BUNGE/YARA não exclarece esses pontos. A população precisa ser informada. Precisamos de um fórum para discutirmos pontos técnicos do Projeto Anitapolis. Um fórum conduzido por pessoal técnico isento, fora do Governo do Estado de Santa Catarina e da Bunge para discutir esses detalhes, os riscos que a população estaria correndo com a aprovação desse projeto.

1 comment:

Anonymous said...

tiOo
ja foi aprovado o projetoO agora nem adianta fazer mais nada