Wednesday, May 09, 2007

Os Biocombustiveis destruirão as florestas

Comentei sobre o impacto dos biocombustiveis nas florestas brasileiras em novembro de 2006 em nosso blog. As noticias de hoje citam o relatório do Grupo Greenpeace que reporta "as crescentes expectativas globais sobre o uso de biocombustíveis implicarão uma "nova pressão para expandir as atividades agrícolas sobre ecossistemas naturais, provocando uma destruição em massa das florestas nativas no norte da Argentina".

O Brasil está destinando as terras do Mato Grosso, Tocantins, Maranhão e Goiás para o plantio de plantas que venham produzir o biocombustivel. Esta pressão para expandir as atividades da agroindústria brasileira decretará uma devastação florestal que só poderia ser comparável ao estrago que a cana de açucar provocou nas florestas no nordeste brasileiro, ou a soja no sul do Brasil. A preço de queimadas áreas com milhares de hectares, a terra é preparada para a agroindustria.

O Greenpeace vem pleiteando junto ao governo Argentino leis que protejam as florestas daquele país. Já o Brasil é um pais muito bem servido de leis que protegem nossas florestas, mas ainda é mais potente o lobby da agroindustria que sempre busca nuances nas leis para obter licenças de novos desmatamentos como o obtido pelo Governador Blairo Maggi para os seus 400 mil hectares de área plantada.

Imagens do Google Earth não mostra áreas de reserva legal no dominio da soja em qualquer regiao onde temos sua presença.

Voltando ao biocombustivel, o mesmo Greenpeace não vê com bons olhos o seu desenvolvimento que pode causar um possível impacto nos preços dos alimentos, resultado da alta do preço do petróleo e da maior demanda de biocombustíveis. Segundo previu o Greenpeace, o vertiginoso aumento na produção de biocombustíveis elevará os preços do milho em 20% para 2010, e em 41% para 2020.

Finalizando, tanto o biocombustivel, como a soja são consumidores de toneladas de fertilizantes que também estarão em grande demanda. A fosfateira de Anitápolis é o sonho dos lobistas da agroidustria e dos biocombustiveis. A fosfateira de Anitápolis é uma das principais fontes do combustivel potencial a todo este avanço da agroindustria sobre nossas florestas e mais um grande empurrão na produção de CO2.

Enfim, o biocombustivel é visto por uns como um passo contra o aquecimento global. Isto é uma miragem, pois por trás de toda a cortina do marketing pro-biocombustivel temos seus efeitos pervasivos em nossa cobertura florestal que será desmatada contribuindo assim para o mal que os marketeiros dizem estar combatendo - o aquecimento global.

Na realidade, o biocombustivel pode até ser um combustivel mais "ecológico", mas sua produção é totalmente anti-ecológica e mais uma fonte poderosa de destruição florestal no Brasil.

Por que será que nosso Presidente não comenta sobre isso?

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