Thursday, May 04, 2006

O GAS BOLIVIANO E AS FLORESTAS DA SERRA GERAL CATARINENSE – GAVIÃO REAL FALSO EM PERIGO CRITICO

A recente crise diplomática entre a Bolívia e o Brasil motivada pelos direitos a exploração do gás natural pode apresentar seríssimos problemas a conservação das florestas em Grão Para e municípios nas encostas da Serra Geral. Mesmo com a Petrobras tendo tentado tranqüilizar os consumidores brasileiros de que o abastecimento continuará, a mesma empresa alerta aos usuários a começaram a poupar o gás.


Queremos cartões postais como este para atrair turistas a Santa Catarina?


Floresta Atlantica virando lenha que se transforma em carvão.

Visitei a região de Aiure em fevereiro de 2005, quando avistamos o raro Gavião real Falso (Morphnus guianensis). Naquela mesma ocasião ficamos impactados com as condições da paisagem florestal. Vimos uma atividade muito rápida e eficiente no desmatamento e na conversão da floresta em carvão. Vimos também a floresta Atlantica ombrofila densa sendo substituída por plantações de Pinus, que em muitas vezes já estão invadindo a mata nativa.

Observamos um grande numero de caminhões abarrotados de carvão ensacado descendo a serra rumo a Braço do Norte. O destino final destes caminhões seria provavelmente os insaciáveis fornos das industrias da cerâmica no sul de Santa Catarina. Trocando informações com colegas, fiquei sabendo que o carvão estava sendo utilizado na industria da cerâmica devido a ser mais barato que o gás natural.

Agora cerca de um ano e meio após minha visita a Aiure, minhas esperanças não são alvissareiras, ainda mais associado a noticias sobre a instabilidade da distribuicao do gas natural Boliviano pela Petrobras.


Seria este o destino de nossas florestas?

Mais uma vez problemas globais afetam a conservação local e comprometem a paisagem de nossa Serra Geral Catarinense. Temos falado constantemente sobre o tema da necessidade de uma maior atenção a esta região sul-brasileira. Uma região de beleza impar, com elementos paisagísticos ainda não explorados de uma forma harmônica e compatível com a vocação local.
E o nosso raro e desconhecido, mas persistente Gavião Real Falso? Que perspectivas oferecemos a ele e seus vizinhos?

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