Wednesday, May 03, 2006

APA DE ANITAPOLIS E SERRA GERAL – UMA PONTE PARA A O ECODESENVOLVIMENTO

Entre a Serra Geral Catarinense e a Serra do Tabuleiro temos o vale do Rio dos Pinheiros que é cercado por uma serra coberta por Floresta Atlantica Densa, com seus pontos mais elevados atingindo 1500 metros de altitude. É uma região de grande beleza cênica cuja vocação turística ou ecoturistica ainda não foi devidamente explorada. A Associação Acolhida na Colônia, entidade associada a Associação dos Agricultores Ecológicos (Agreco) vem fazendo um papel pioneiro na recepção de agro e ecoturistas em suas propriedades rurais. São famílias que vivem da agroecologia e tem abertos novas fronteiras no ecodesenvolvimento, buscando integrar a produção agrícola isenta de agrotóxicos ao turismo rural. Estas pessoas vem desenvolvendo praticas de uso da terra que buscam manter o solo mais produtivo e a cobertura florestal protegida. Assim a paisagem adquire uma aparência de uma colcha de retalhos.

Sobre estas propriedades o Gavião Real Falso plana em suas incursões fora das florestas que acompanham os rios ate suas nascentes nas encostas da Serra Geral. Esta espécie de águia é muito rara nas florestas sul americanas e sua presença indica que ainda existem locais conservados nas imediações. Certamente que estes locais conservados estão exatamente onde estamos sugerindo a criação da Apa de Anitapolis e da Serra Geral.


A sugerida APA da Serra Geral e os grotões cobertos por florestas.


Grupos de ecoturistas com interesse voltado a observação de águias e outros rapinantes ficariam loucos com as possibilidades de encontros com estas aves magníficas e pouco conhecidas. O Projeto Gaviões de Penacho vem estudando as aves de rapina na região de Urubici e já registrou a presença de 27 espécies. Os pesquisadores deste projeto tem chamado a atenção a rápida destruição das florestas nas baixadas da Serra Geral que estão sendo transformadas em carvão. Estas atividades estão literalmente queimando dinheiro, uma vez que os atrativos turísticos estão sendo delapidados e a paisagem transformada de maravilhosa para uma cena de troncos queimados e secos no meio de pastos e plantações de monoculturas de Pinus.

Precisamos abrir nossos olhos as nossas belezas que grupos com interesses escusos estão destruindo a uma velocidade incrivelmente rápida. Com o atual impasse do gás natural Boliviano, os produtores da cerâmica no sul catarinense irão mais ainda buscar alternativa de carvão vegetal nas florestas nativas próximas como já o estão fazendo.

Temos ainda o fantasma da exploração do fosfato no Rio dos Pinheiros que está buscando a todo o custo uma chama legal para sua materialização. Caso esta iniciativa realmente venha a ser aprovada pelo governo estadual e federal, estaremos sim jogando uma infinidade de oportunidade para um ecodsenvolvimento saudável e com baixo impacto ao ambiente. Isto tudo alem de condenarmos os empreendedores agroecologicos ao fracasso econômico com a poluição gerada no processamento do fosfato.

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A região do Rio dos Pinheiros e a Serra da Garganta é de interesse histórico. Esta última foi palco de batalhas memoraveis da História Catarinense. Mais razões para preservarmos a região.

Finalizando, a APA DE ANITAPOLIS e SERRA GERAL apresenta um leque muito maior de oportunidades econômicas do que a exploração do fosfato. Esta última estará como já dissemos servindo de combustível a uma maquina de destruição muito maior que e o avanço da soja na Amazônia. Já as oportunidades que já começaram a ser exploradas pelos pioneiros agroecologistas da Agreco se constituem apenas o topo de um iseberg de novos nichos econômicos a ser explorados, gerando novos empregos e mantendo a população rural em seu local de origem.

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