Sunday, April 16, 2006

APA SIM E PARQUE ESTADUAL DA SERRA DO TABULEIRO TAMBÉM

Está fora de questionamento a continuidade do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro (PEST). Razões para isso? Inúmeras e todas justificáveis dentro do panorama que hoje vemos na escassez de grandes áreas de Floresta Atlântica Ombrofila Densa em boas condições de conservação. O movimento que lidera a solicitação da alteração do status de parque para uma APA na Serra do Tabuleiro podem não aceitar, mas internacionalmente a Floresta Atlântica é um dos maiores celeiros de vida no planeta. A Floresta Atlântica Brasileira é conhecida internacionalmente como um “HOT SPOT”. Literalmente significa um “ponto quente”. Quente por que? É assim denominado e chamado nas rodas das decisões sobre a alocação de recursos para a conservação mundial devido a uma imensa diversidade de vida. Inúmeras espécies de todos os representantes dos seres vivos vivem na Floresta Atlântica Brasileira, que hoje está reduzida a cerca de 8% de sua area original.

O Parque Estadual da Serra do Tabuleiro conta com uma área de aproximadamente 90 mil hectares. Os botânicos Raulino Reitz e Roberto Klein sabiam muito bem o que estavam fazendo nos anos 70s quando conseguiram convencer as autoridades do governo de Santa Catarina para decretar esta serra como um parque estadual de proteção integral dos bens naturais ali abrigados.

Estamos vivendo um problema social? Sim estamos, mas a destruição deste patrimônio natural pelo uso múltiplo de suas terras não tem justificativas. A solução do problema esta na imediata indenização de seus proprietários. Não podemos esquecer que a maior parte dos moradores da região compreendida na atual área oficial do PEST, vive afastada das áreas de preservação. Talvez um redesenho dos limites do parque em alguns setores como parte do Vargem do Braço, deixando o vale onde a agricultura vem sendo praticada por algumas famílias fora destes. Controversa esta idéia? A primeira vista pode parecer, mas seria uma alternativa a se considerar. A parte mediana – superior do Vale vargem do Braço já foi desapropriada. O Vargem do Braço é um dos pontos nevrálgicos na discussão entre proprietários ate hoje não indenizados e o governo de Santa Catarina. Existem outros pontos geradores de atrito, como na Praia da Pinheira e ao longo das encostas da Serra do Tabuleiro.

Mas a região entre a Serra do Tabuleiro e a Serra Geral precisa urgentemente de uma APA. A região compreendida entre estas duas serras é um pólo paisagístico e de agricultura ecológica. A agricultura orgânica vem sendo praticada em Santa Rosa de Lima há umas duas décadas. A Agreco – Associação dos Agricultores Ecológicos é uma referência nacional na produção orgânica. Um numero muito grande de famílias vive da agricultura orgânica e do turismo rural nesta região. Algumas destas famílias estão se capacitando para a condução de grupos por trilhas nas encostas da Serra Geral. Estas ultimas atividades resultou em outra associação – a Acolhida na Colônia que emprega varias pessoas. Todas estas atividades são sustentáveis e de baixo impacto ambiental.

Estas entidades vem já a um tempo defendendo a efetivação de um corredor entre a Serra Geral e a Serra do Tabuleiro.
Em nossa ultima reunião em Brasília com a Coordenação de Fauna do IBAMA para a elaboração do Plano de Ação para a conservação de aves de rapina brasileiras foi feita a sugestão da criação de uma APA, que chamamos de APA DE ANITÁPOLIS, com o objetivo de garantir o uso diferenciado e menos impactante desta região de importância cênica, para a agricultura sustentável, pousadismo e para a conservação de uma das mais diversas comunidades de aves de rapina na América do Sul fora da Amazônia.


APA DE ANITAPOLIS E O CORREDOR SERRA GERAL SERRA DO TABULELIRO

Em torno de 30 espécies de aves de rapina diurnas, excluindo os urubus, habitam esta região. Entre elas temos todos os Gaviões de Penacho, o Gavião real e o Gavião real falso.

Isto tudo aliado a um uso sustentável e não poluente da agricultura nesta região torna pertinente e urgente a transformação desta região em uma APA – Area de Proteção Ambiental.

Continuamos com o PEST, mas com uma APA ao seu lado valorizando a intgerconectividade entre as duas serras e as atividades humanas desta região tão estratégica para a conservação da Natureza.

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