Tuesday, December 02, 2008

TRAGÉDIA EM SC, FOSFATEIRA DE ANITÁPOLIS E A RELAÇÃO DE CUSTO E BENEFICIO

O Projeto Anitápolis era visto entre muitos politicos catarinenses como a salvação para parte da economia catarinense e em especial a de Anitápolis. Segundo a Industria Fosfateira Catarinense (nome local para o grurpo Bunge/Yara): "Na operação do projeto, devem ser criados 423 empregos diretos, dos quais 398 em Anitápolis. Quando estiver funcionando em plena capacidade, a IFC deve gerar ao redor de R$ 2,5 milhões todos os anos como arrecadação municipal ao redor de R$ 7,5 milhões para os cofres estaduais e federais." Mesmo considerando os $ 300 milhões de dolares a serem investidos pela empresa no projeto, essa soma não cobre os prejuizos à economia do estado. As enchentes no Vale do Itajai paralizaram o porto de Itaja desde o último dia 21, a unidade deixou de exportar US$ 370 milhões em apenas 10 dias. De acordo com a Secretaria de Portos, será preciso de 30 a 60 dias para que o porto volte a funcionar em 50% da capacidade. A reconstrução completa levará pelo menos um ano e meio.

A tregédia causada pelas chuvas de novembro causaram prejuizos financeiros ainda não contabilizados. Sabe-se até o momento que o custo da tragédia em SC estava na ordem de R$ 500 milhões, fora os custos das consequências que serão muito superiores. Esse valor foi atingido após 2 dias de chuvas.

O Projeto Anitápolis prevê investir R$400 milhões ao longo de 37 meses. Todos os valores que estão aparecendo até o momento em termos de prejuizos econômicos devido a última calamidade ultrapassam os valores apresentados pelos defensores do Projeto Anitapolis.

É justamente uma relação de custo e beneficios que deve ser realizada nesse momento. As calamidades devido a chuvas e enchentes não são raras em SC. Elas estão registradas na nossa história, assim como a modificação da paisagem, que de florestas densas, deram lugar a capoeirinhas e campos agora cobertos com Pinus. Deslizamentos como os que se sucederam em Blumenau e região nao aconteceram com a mesma intensidade anteriormente devido a uma maior cobertura florestal. Em 1974 tivemos a enchente de Tubarão que causou 199 mortes e um custo enorme em reconstrução. Essa enchente em Tubarão foi causada por um enorme volume de chuva na serra catarinense, onde esta Anitapolis.

Seria uma irresponsabilidade liberar um projeto que apresenta duas barragens de rejeito com 80 metros de altura cada uma sobre o leito do Rio Pinheiro. Os riscos do desmoronamento dessas barragens são enormes. Cerca de 320 mil habitantes vivem no vale do Braço do Norte.

Anitápolis está nesse momento (2 de dezembro 2008) isolada devido a queda de barreiras na SC 407. As ultimas chuvas levaram a queda de barreiras. Isso tudo reforçando a inapropriedade da área para um empreendimento desse tipo.

Essas pessoas que vivem nessa região estão cientes desse risco que correm, caso o projeto for aprovado? Alguem já calculou os danos provovados por um desmoronamento de duas barragens de rejeito com material ainda não informado no vale do Braço do Norte? Alguem já calculou quantas vidas irão se perder com um acidente desses? O governo do estado já informou essas pessoas sobre esses riscos?


Por isso devemos ser contra o Projeto Anitápolis, contra a operação da jazida de fosfato e a favor de formas alternativas da produção de fosfato para nossa agricultura.

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