Com o titulo “A maldição do Petróleo”, a economista Eliana Cardoso deu uma bela entrevista nas paginas amarelas da Veja (2 de agosto de 2006). Ela comenta que paises sem recursos naturais precisaram fortalecer e aprimorar as suas instituições como única forma de vencer as dificuldades. Por outro lado, os paises ricos em recursos naturais acomodaram-se, satisfeitos com o que a natureza lhes deu, não investiram em educação, produção de conhecimento, ou na construção de instituições fortes. Este comportamento levou seus governos a serem vitimas da ganância, da cobiça e da corrupção. Segundo Eliana, a tendência é o comprometimento do desenvolvimento sustentado quando a abundancia de recursos naturais enfraquece as instituições.
Anitápolis é um município que vem sofrendo um êxodo rural muito serio ha muitas décadas. Parte deste êxodo rural foi motivado pela compra do Vale do Rio do Pinheiro pela Companhia de Adubos Trevo – hoje Industria Fosfateira Catarinense (ou para ser mais exato, o Grupo Yara e Bunge associados para a exploração da jazida de fosfato). Anitapolis não esta longe de Florianópolis, mas parece estar muito longe e isolada. Está vizinha de Santa Rosa de Lima, município modelo nacional em agroecologia. Alguns agricultores de Anitapolis estão se dedicando a agricultura orgânica associados a Agreco. Outros criaram a Associação Acolhida na Colonia, entidade agregadora de proprietarios com interesses no promissor mercado do turismo rural e ecoturismo.
Olhando rapidamente estas condições socioeconômicas, poderíamos dizer que Anitapolis é um município pobre. Sim é pobre e rico em recursos naturais. As encostas da Serra Geral oferecem paisagens cinematográficas que fariam inveja a hoteleiros e pousadeiros europeus e norte-americanos. Possui um solo extremamente fértil, principalmente no vale do Rio Pinheiro devido a alta porcentagem de fosfato. Possivelmente por enfrentar estes problemas, as autoridades municipais cederam as tentações do enriquecimento rápido alardeado pelas autoridades estaduais com a exploração da jazida de fosfato.
A exploracao da jazida de fosfato pelo Grupo Bunge-Yara tem seus atrativos. São cerca de $300 milhões de dólares a ser investidos no município. Realmente as cifras atraem a atenção.
Mas uma pergunta precisa ser respondida:
O povo de Anitapolis e municípios vizinhos sabem bem as conseqüências da exploração da jazida de fosfato?
Alguns estados norte-americanos passaram por esta fase, embarcaram na sedução dos dólares dos investidores, mas estão hoje amargamente arrependidos. Grandes áreas naturais ricas em biodiversidade com belas paisagens foram destruídas irremediavelmente. Mesmo após anos de termino da exploração do fosfato em algumas das minas, as tentativas e restauração do ambiente danificado foram negativas. O capital ganho pelas empresas exploradoras das minas de fosfato foi ganho, mas quem pagou os estragos ao meio ambiente foi o cidadão.
Imaginando Anitapolis após alguns anos de exploração da jazida de fosfato, podemos vislumbrar um cenário complicado.
Até o momento nenhum noticiário catarinense informou a população catarinense e, especificamente o povo de Anitapolis sobre estes riscos. Devemos lembrar que estamos em ano eleitoral e antes das eleições tudo e cor de rosa e lindo. Após as eleições vem o esquecimento dos eleitores.
Os políticos deveriam ter em mente um principio básico: OS ELEITORES SÃO SEUS PATRÕES e não o contrario. Políticos sao eleitos para representar o povo e não para tirar proveito da situação. Politicos deveriam sim representar os interesses das comunidades em prol de um desenvolvimento eco-sustentável e harmonico com a Natureza.
A exploração do fosfato vem sendo alardeada como a solução aos problemas de Anitapolis, mas tem todo o jeito de mais uma maldição contra a natureza e seus moradores.
O povo de Anitapolis sofrerá as conseqüências da maldição do fosfato. Hoje eles se acham em um beco sem saída. A saída, ou as alternativas deveriam ser estudadas com mais carinho. A comunidade de Anitapolis necessita de atenção geral da comunidade catarinense para desenvolver novas estratégias e frentes de desenvolvimento sustentado mais de acordo com as características da região.
O fosfato de Anitapolis pode dar alguns milhões dólares por algum tempo, mas quem pagará pelos danos ambientais e pela saúde do povo de Anitapolis durante a após a exploração do fosfato? Poucas semanas atras a Bunge encerrou as atividades de 5 de suas industrias no Brasil devido a situação em geral da agricultura no pais. A Reuters noticiou que a empresa iria transferir as industrias fechadas no Brasil para a Argentina.
Perguntas pertinentes seriam:
Nossos politicos deveriam estar defendendo os nossos interesses e não realizando um lobby em favor destas companhias.
É A maldição do fosfato em andamento.. Temos que evitá-la.
Anitápolis é um município que vem sofrendo um êxodo rural muito serio ha muitas décadas. Parte deste êxodo rural foi motivado pela compra do Vale do Rio do Pinheiro pela Companhia de Adubos Trevo – hoje Industria Fosfateira Catarinense (ou para ser mais exato, o Grupo Yara e Bunge associados para a exploração da jazida de fosfato). Anitapolis não esta longe de Florianópolis, mas parece estar muito longe e isolada. Está vizinha de Santa Rosa de Lima, município modelo nacional em agroecologia. Alguns agricultores de Anitapolis estão se dedicando a agricultura orgânica associados a Agreco. Outros criaram a Associação Acolhida na Colonia, entidade agregadora de proprietarios com interesses no promissor mercado do turismo rural e ecoturismo.
Olhando rapidamente estas condições socioeconômicas, poderíamos dizer que Anitapolis é um município pobre. Sim é pobre e rico em recursos naturais. As encostas da Serra Geral oferecem paisagens cinematográficas que fariam inveja a hoteleiros e pousadeiros europeus e norte-americanos. Possui um solo extremamente fértil, principalmente no vale do Rio Pinheiro devido a alta porcentagem de fosfato. Possivelmente por enfrentar estes problemas, as autoridades municipais cederam as tentações do enriquecimento rápido alardeado pelas autoridades estaduais com a exploração da jazida de fosfato.
A exploracao da jazida de fosfato pelo Grupo Bunge-Yara tem seus atrativos. São cerca de $300 milhões de dólares a ser investidos no município. Realmente as cifras atraem a atenção.
Mas uma pergunta precisa ser respondida:
O povo de Anitapolis e municípios vizinhos sabem bem as conseqüências da exploração da jazida de fosfato?
Alguns estados norte-americanos passaram por esta fase, embarcaram na sedução dos dólares dos investidores, mas estão hoje amargamente arrependidos. Grandes áreas naturais ricas em biodiversidade com belas paisagens foram destruídas irremediavelmente. Mesmo após anos de termino da exploração do fosfato em algumas das minas, as tentativas e restauração do ambiente danificado foram negativas. O capital ganho pelas empresas exploradoras das minas de fosfato foi ganho, mas quem pagou os estragos ao meio ambiente foi o cidadão.
Imaginando Anitapolis após alguns anos de exploração da jazida de fosfato, podemos vislumbrar um cenário complicado.
- Cerca de 10 mil hectares de floresta Atlantica ombrofila densa destruídos pela mineração.
- Poluição atmosférica estaria atingindo não apenas Anitapolis, mas os municípios vizinhos também.
- Poluição das nascentes do Rio Braço do Norte com metais pesados e outros com o processamento do fosfato.
- Chuva acida derivada da fabricação de acido sulfúrico necessário no processamento do fosfato.
- Problemas sérios de saúde da população.
Até o momento nenhum noticiário catarinense informou a população catarinense e, especificamente o povo de Anitapolis sobre estes riscos. Devemos lembrar que estamos em ano eleitoral e antes das eleições tudo e cor de rosa e lindo. Após as eleições vem o esquecimento dos eleitores.
Os políticos deveriam ter em mente um principio básico: OS ELEITORES SÃO SEUS PATRÕES e não o contrario. Políticos sao eleitos para representar o povo e não para tirar proveito da situação. Politicos deveriam sim representar os interesses das comunidades em prol de um desenvolvimento eco-sustentável e harmonico com a Natureza.
A exploração do fosfato vem sendo alardeada como a solução aos problemas de Anitapolis, mas tem todo o jeito de mais uma maldição contra a natureza e seus moradores.
O povo de Anitapolis sofrerá as conseqüências da maldição do fosfato. Hoje eles se acham em um beco sem saída. A saída, ou as alternativas deveriam ser estudadas com mais carinho. A comunidade de Anitapolis necessita de atenção geral da comunidade catarinense para desenvolver novas estratégias e frentes de desenvolvimento sustentado mais de acordo com as características da região.
O fosfato de Anitapolis pode dar alguns milhões dólares por algum tempo, mas quem pagará pelos danos ambientais e pela saúde do povo de Anitapolis durante a após a exploração do fosfato? Poucas semanas atras a Bunge encerrou as atividades de 5 de suas industrias no Brasil devido a situação em geral da agricultura no pais. A Reuters noticiou que a empresa iria transferir as industrias fechadas no Brasil para a Argentina.
Perguntas pertinentes seriam:
- Qual o comprometimento da Bunge e Yara com o povo catarinense, particularmente com Anitapolis em caso de uma situação negativa como a que motivou o fechamento das 5 industrias do Grupo Bunge após uma oscilação negativa na bolsa de cereais de Chicago?
- A Bunge e Yara se comprometeriam em pagar os custos ambientais em valores reais? Incluindo indenizações por danos a saude publica, danos irreparaveis nas nascentes do Rio Braço do Norte, destruição de 10 mil hectares de Floresta Ombrofila densa de nossa internacionalmente reconhecida como a Ameaçada Floresta Atlantica Brasileira?
- Como a Bunge e Yara resolveriam legalmente a violação do Decreto Presidencial 750 que proibe qualquer atividade danosa a Floresta Atlantica Brasileira? A desculpa que a exploração da jazida de fosfato seria de utilidade pública não convence.
Nossos politicos deveriam estar defendendo os nossos interesses e não realizando um lobby em favor destas companhias.
É A maldição do fosfato em andamento.. Temos que evitá-la.
6 comments:
Prezado.
Comecei a ler seu blog e não consegui termina-lo, está mal embasado tecnicamente. Poluição atmosférica em uma mina subterrânea? Metais pesados? O computador que você usa possui uma gama de metais pesados muito nocivo a natureza. Você deixará de usa-lo? Você já ouviu falar em flotação? Sabe o qe significa FAD? Chuva ácida? Como a bunge fabricaria H2SO4 em Aninatapolis? Montaria uma planta para isso? Creio que não. Sugiro que estude mais sobre mineração para saber argumentar. Problemas de saúde pública? Nossa, parece que se instalará o apocalipse em Anitapolis. Deve-se fazer uma enquete em municípios que tenham atividades mineradoras e perguntar se a população aceitaria o fechamento de tais empresas.
Olhe o programa de recuperação ambiental das empresas. Visite-as, como a unidade da Bunge em Araxá, leia e estude.
Sou completamente a favor da preservação da natureza e do desenvolvimento sustentável. Sugiro que leia sobre coletores de minerais de fosfato, sobre moagem, sobre métodos de lavra.
Tenha mais reponsabilidade ao escrever.
Se quiser discutir técnicamente, estarei a disposição.
Att.
Pois é, comecei a ler o comentário anônimo postado aqui e não consegui terminá-lo, tão sofrivelmente escrito e tão claramente parcial. Senão vejamos:
"terminá-lo" e "usá-lo" levam acento agudo; "enquête" leva acento circunflexo;
Acentuar "tecnicamente" na primeira sílaba? Há no máximo as proparoxítonas, acima disso...;
Houve erros gramaticais, em concordância, plural e até mesmo no nome da cidade, Anitápolis e não "Aninatapolis".
Mas realmente será interessante saber a opinião dos moradores de todas as cidades atingidas nos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro pelo rompimento das barragens de Muriaé.
Recuperação ambiental da Bunge? É o mínimo do que ela deveria fazer frente a tanta destruição, poluição e alteração do meio ambiente. Mas é apenas marketing, o que vale mesmo para empresas como a Bunge é o lucro, apenas o lucro – vide o caso dos transgênicos.
Como acreditar em “desenvolvimento sustentável” na lógica da globalização, do poder do capital volátil, do consumo desenfreado e do “desenvolvimentismo” insano?
E por fim: “Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a mineração é a atividade que causa mais acidentes mortais e doenças entre seus trabalhadores”. Veja mais em: http://www.tierramerica.net/portugues/2006/0902/particulo.shtml
Pois é anônimo, escreve muito mal, quer discutir seriamente mas se esconde no anonimato, exatamente como sempre fazem os que defendem interesses obscuros por motivos evidentes. Quer se dar bem, continua no anonimato silenciosamente, imbecil.
Eu concordo com tudo o que está escrito no blog... Anitápolis não precisa desenvolver dessa maneira, se destruindo... temos, paz, calma, belissimas cachoeiras... o que chama de desenvolvimento eu chamo de destruição...
"Concordo com tudo que está escrito no blog. Quem mora e vive em Anitápolis sabe como é, e que não precisa destruir parcialmente a cidade e a região apenas por interesses pessoais de políticos, empresários etc...
E vem gente falar em erros de gramática, anonimato, oque isso tem haver com a destruição que esta verdadeira "merda" pode causar, com certeza não moram em anitápolis senão não estariam falando esse monte de asneira. Tenha Santa Paciencia."
Atenção pessoal!
Vamos nos unir contra essa barbaridade! Há muita gente contra ela, mas sozinhos e isolados não iremos conseguir muita coisa!
Esses empresários formaram uma máfia gigantesca envolvendo políticos de todas as esferas, municipal, estadual e federal! Vejam os pronunciamentos do LHS e enterão! É sempre a favor de grandes empreendimentos que tragam resultados políticos imediatos, mas que não levam em consideração os efeitos a longo prazo! Essa aberração do código florestal catarinense, permitindo ainda mais desmatamentos e predação ambiental sob a desculpa ridícula e mentirosa de incentivar a agricultura, na verdade é mais um estágio do projeto de aumentar os lucros dos grandes investidores internacionais! Não só a Bunge, mas todos aqueles que investem em resorts, marinas, hotéis, condomínios, etc!
Portanto, vamos nos mexer e barrar esse trator que está dizimando o (ainda) lindo estado de SC!
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